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title = "Como a música ficou grátis - Stephen Witt"
date = 2016-05-21
[taxonomies]
tags = ["books", "stephen witt", "review", "streaming", "música"]
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[Resumo GoodReads](https://www.goodreads.com/book/show/31306379-como-a-m-sica-ficou-gr-tis):
Uma trama impressionante envolvendo música, crime, dinheiro e obsessão, cujos
protagonistas são magnatas, pesquisadores respeitados, criminosos e
adolescentes nerds fissurados em tecnologia.
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{{ stars(stars=4) }}
“Como a música ficou grátis” é uma análise dos fatos que aconteceram com a
indústria fonográfica acabou dando vários tiros nos pés até que músicas fossem
gratuitamente distribuidas pela internet.
E não, não estamos falando sobre as “rádios online” que hoje estão em todos os
lugares. O livro acaba antes dessa explosão, mas a história contada deixa
relativamente explicado do porque essa explosão aconteceu, se você conseguir
ligar as linhas.
O livro se foca na história de três pessoas (principalmente): Doug Morris,
produtor musical que descobriu vários artistas de ponta, principalmente no
mundo do rap; Karlheinz Brandenburg, do Instituto de Erlagen-Nuremberg, que
trabalhou no formato hoje conhecido como MP3; e, finalmente, Dell Glover, que
trabalhou numa das fábricas de prensagens de CDs da Universal Music e
conseguiu vazar vários álbuns antes dos seus lançamentos oficiais.
Embora o livro conte, de forma bem explícita, como a vida dessas três pessoas
influenciou uma indústria inteira, eu fiquei com a impressão que
acontecimentos realmente importantes nessa história tenham ficado de lado. Por
exemplo, a explosão do Napster é contada rapidamente, pulando da sua criação
diretamente para o fechamento da empresa (os criadores do Napster, Shawn
Fanning, John Fanning e Sean Parker são mencionados de relance, apenas); o
lançamento do iPod também é colocado em segundo plano, apesar de ter sido o
expoente máximo do MP3 na época apresentada pelo livro; BitTorrent aparece,
mas apenas como um novo formato de distribuição para substituir o Napster; o
Oink’s Pink Palace ganha mais proeminencia que o Pirate Bay; e, como dito
inicialmente, a explosão das “rádios de internet” sequer é mencionada (ok,
fala-se rapidamente do Spotify, mas é isso).
Pode ser que o ponto do livro fosse, realmente, apresentar os fatores que não
foram apresentados ao público, deixando os fatos mais “populares” de fora e
apresentando o que estava acontecendo por baixo dos panos. Mas ainda assim, é
estranho que coisas com relativa importância no contexto global da ação tenham
sido sumariamente ignorados.
Outro problema com o livro é a leitura. Por algum motivo, o conteúdo é
complicado de ser lido, possivelmente porque vai construindo hipótese sobre
hipótese e contexto sobre contexto, o que deixa o livro “lento” de ser lido.