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title = "História do Futuro: O Horizonte do Brasil no Século XXI - Miriam Leitão"
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date = 2016-04-16
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[taxonomies]
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tags = ["books", "miriam leitao", "reviews", "2 stars"]
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[Resumo GoodReads](https://www.goodreads.com/book/show/25855630-hist-ria-do-futuro):
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História do Futuro é um grandioso livro de reportagem em que a jornalista
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Míriam Leitão mapeia o território do que está por vir com base em
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entrevistas, viagens, análises de dados e depoimentos de especialistas,
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depois de três anos de pesquisas. Ela aponta tendências que não podem ser
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ignoradas em áreas como meio ambiente e clima, demografia, educação,
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economia, política, saúde, energia, agricultura, tecnologia, cidades e mundo.
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E adianta que o futuro será implacável para os países que não se prepararem
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para ele.
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<!-- more -->
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{{ stars(stars=2) }}
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Quando comecei a ler esse livro, eu realmente gostei: Miriam começa falando
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sobre as alterações climáticas e a destruição dos recursos naturais, mostrando
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o que deu de errado e o que foi feito para corrigir esses problemas, de uma
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forma brilhante.
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Na segunda parte é discutido o problema do envelhecimento da população,
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mostrando que estamos nos aproximando do ponto em que a população brasileira
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vai começar a se reduzir e a pirâmide de contribuição da previdência está se
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invertendo. Segurança entra nessa estatística, já que além de menos filhos, a
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faixa hetaria que entraria no mercado de trabalho acaba morrendo antes de
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conseguir chegar a isso (e começar a contribuir).
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Terceira parte fala da educação, justamente porque a população está se
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reduzindo, pedindo para que os trabalhadores do futuro sejam melhores educados
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e preparados para mudar de situação.
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E aí ela fala de economia e a coisa despenca.
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Ela comenta os problemas de corrupção no país -- atualizado para até o que se
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sabia no final de 2015, de uma forma realmente ampla e bem melhor explicado do
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que qualquer publicação jornalistica por aí -- mas na parte de soluções só são
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citados os bons e velhos discursos de sempre: desinchar o governo, abrir
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barreira, reforma tributária, etc, etc, etc.
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Acontece que se fosse fácil, já teria sido feito. Enquanto jornalista de
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economia -- o que garante um conhecimento maior do que a maioria das pessoas
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-- sair gritando as velhas discussões de sempre sem apresentar uma solução é
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triste. E soa pior justamente porque ela É jornalista de economia.
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(Não discordo que tem que ser feito, mas ficar simplesmente na discussão sem
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apresentar soluções, mesmo a longo prazo...)
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Desse ponto em frente, o castelo de cartas começa a desmoronar. É preciso
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ensinar as pessoas a poupar, mas é preciso estimular a indústria (se as
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pessoas estão poupando, a indústria vai vender pra quem?); o mundo está
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passando para a transformação digital e educação deveria usar esse recurso
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melhor, apresentando o mundo para as crianças, mas é preciso fazer a indústria
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ser o maior contribuidor do PIB (minha senhor, se o mundo está virando
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digital, não deveríamos focar nisso, que é serviço?); as escolas tem que
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ensinar a pensar, mas é preciso ensinar, desde criança, a poupar (mas se era
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ensinar a pensar, pra que ter algo específico?); é preciso fazer crescer o PIB
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com ajuda à indústria, mas o PIB não é uma métrica boa (sem comentários);
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poluição causa vários problemas de saúde e geração de energia limpa é o
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futuro, mas é preciso fazer com que a petrobrás tenha uma produção maior
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(temos que reduzir poluição, mas é preciso investir numa empresa que produz
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poluição?); quem precisa resolver os problemas do trânsito são as cidades, mas
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o culpado é o Federal por ter reduzido IPI... E por aí vai.
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Não que o livro não seja interessante pela quantidade de informações
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existentes. O problema é que, numa tentativa de mostrar caminhos para o Brasil
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do futuro, Miriam acaba sugerindo fazer coisas dispersas. É como perguntar
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para alguém como chegar num restaurante e essa pessoa dizer que deve-se pegar
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a direita e a esquerda ao mesmo tempo. Simplesmente, não é possível.
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Fora as questões lógicas do conteúdo, existe um problema de edição: vários
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pontos aparecem com conteúdo repetido, como se a autora tivesse escrito
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pedaços em momentos diferentes e sequer releu o capítulo novamente para
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verificar se não há duplicação.
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No fim, é um livro interessante pelas informações, mas como sugestões de
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futuro, parece mais uma tentativa de atirar várias pedras pra ver qual, daqui
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a alguns anos, atingiu o alvo -- e, as que não atingiram, serão solenemente
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ignoradas.
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