Browse Source

Keynote post

master
Julio Biason 1 year ago
parent
commit
7899388d93
  1. 101
      content/thoughts/algo-ganho-algo-perdido/index.pt.md

101
content/thoughts/algo-ganho-algo-perdido/index.pt.md

@ -0,0 +1,101 @@
+++
title = "Algo Ganho, Algo Perdido"
date = 2023-10-20
draft = true
[taxonomies]
tags = ["apresentações", "pythonbrasil"]
+++
<!-- more -->
Minha vida com comunidades de programação começou em 1997, quando foi
bolsista de iniciação científica na Unisinos. Na época, a internet
ainda estava engatinhando no Brasil, e no grupo de bolsistas a ideia
de software livre estava se tornando cada vez mais forte. Linux era a
nossa principal ferramenta, as aplicações ainda eram bem crus e, para
um grupo de jovens na casa dos 20 anos, viciados em programar e com
algum tempo livre, mexer nas coisas dos outros era o mais legal -- e
ainda mais legal era ter acesso ao código dos outros, e poder ver como
outras pessoas resolviam seus problemas, e poder alterar o código para
fazer algo que queríamos, era o máximo.
E eu posso dizer que eu fui muito sortudo em estar no meio desse
grupo.
Mas faculdade termina, e bolsas de estudo terminam ainda mais rápido,
e logo eu acabei me afastando disso.
... até 2016, quando participei da minha primeira PythonBrasil.
Num dos corredores, entre os períodos de apresentações, eu estava
conversando com algumas pessoas quando alguém -- cujo nome eu nunca
perguntei -- veio dizendo que éramos "gaúchos de araque", porque não
tínhamos ido tentar defender Porto Alegre como próxima sede do evento.
Eu tive que ser bruto: "Nós não conseguimos nem manter um evento
local, e agora querem que a gente faça um evento nacional?" Por sorte,
o Filipe Cifali, organizador do PyTche, estava do meu lado, e comentou
que ele não estava conseguindo manter tudo sozinho. Naquele momento,
eu me ofereci pra tentar erguer o grupo, organizando as coisas junto
com o Filipe. E, no fim, Tony Dourado se juntou a nós, e o grupo teve
3 organizadores.
E por 3 anos, o PyTche continuou tendo eventos todos os meses, talvez
com a ocasional exclusão de Dezembro e Janeiro, por causa do Natal e
primeiro mês do ano, quando boa parte do pessoal estava ainda de
férias, ou nos meses em que havia PythonBrasil e os três organizadores
estavam afastados.
Na época, o "queridinho" para organizar comunidades era o Meetup. E, a
partir dele nós tínhamos fotos dos eventos, organização de enquetes
(que incluía "Qual o melhor dia da semana de X para fazer o
encontro?", em que, invariavelmente, sábado de manhã ganhava), e
organização da lista de presença (para encontrar o lugar do evento).
Infelizmente, depois de 2019, o PyTche não teve mais encontros.
Em 2018, fui contatado pelo Leonardo Vaz para participar do Tchelinux.
Ao contrário do PyTche (e outras comunidades) que se organizavam
localmente, a ideia do Tchelinux era ir aos lugares, para falar com
quem estava começando a estudar programação e mostrar que haviam
ferramentas que eles poderiam não só ter de graça, mas também poderiam
aprender com elas, e modificar da forma que quisessem. Todo o processo
era organizado pelo Leonardo, que encontrava professores da área de
ciências de computação de alguma universidade e perguntava se eles
tinham interesse em trabalhar com o Tchelinux para fazer um evento na
universidade.
Em 2019 eu participei de 13 dos 15 eventos do Tchelinux, percorrendo
quase 3.000km pelo estado do Rio Grande do Sul para fazer minhas
apresentações -- entre elas, "Fugindo Para as Colinas com Python", em
que eu desconstruo uma aplicação em Python, explicando o que cada
parte faz e por que algumas decisões de design foram tomadas. Mas a
parte mais legal era que, quando me perguntavam como continuar
aprendendo Python, eu comentava da experiência com o PyTche, dos
encontros e como cada um trazia alguma coisa, ou tentávamos resolver,
em conjunto, um problema do Exercism, e sempre havia uma animação em
fazer algo parecido.
Mas 2019 foi o meu último ano com o Tchelinux.
Por volta do começo de 2018 eu comecei a me interessar pela linguagem
Rust, e descobri que havia um grupo local, chamado "Rust in POA",
através do Meetup. Como o grupo estava meio parado por falta de tempo
dos organizadores, e como eu já tinha experiência em organizar esse
tipo de evento, me comprometi em ajudar na organização.
No começo de 2020, o Rust in POA parou de se encontrar.
O motivo dessas paradas é óbvio: Em 2020, tivemos os primeiros efeitos
da COVID-19 no Brasil, e ninguém sabia como o vírus se espalhava ou
como se proteger, e contatos pessoais ou próximos foram veemente
desencorajados. Nesse cenário, a utilização de outras ferramentas de
comunicação contínua, como Telegram e WhatsApp explodiram, e a
utilização de ferramentas de vídeo chamada também.
<!--
vim:spelllang=pt:spell:tw=70
-->
Loading…
Cancel
Save