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151 lines
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<title>Julio Biason .Me 4.3</title>
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<a href="https:&#x2F;&#x2F;blog.juliobiason.me"><h1>Julio Biason .Me 4.3</h1></a>
<p class="lead">Old school dev living in a 2.0 dev world</p>
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<h1 class="post-title">História do Futuro: O Horizonte do Brasil no Século XXI - Miriam Leitão</h1>
<span class="post-date">
2016-04-16
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<p><a href="https://www.goodreads.com/book/show/25855630-hist-ria-do-futuro">Resumo GoodReads</a>:
História do Futuro é um grandioso livro de reportagem em que a jornalista
Míriam Leitão mapeia o território do que está por vir com base em
entrevistas, viagens, análises de dados e depoimentos de especialistas,
depois de três anos de pesquisas. Ela aponta tendências que não podem ser
ignoradas em áreas como meio ambiente e clima, demografia, educação,
economia, política, saúde, energia, agricultura, tecnologia, cidades e mundo.
E adianta que o futuro será implacável para os países que não se prepararem
para ele.</p>
<span id="continue-reading"></span><div>
★★☆☆☆
</div>
<p>Quando comecei a ler esse livro, eu realmente gostei: Miriam começa falando
sobre as alterações climáticas e a destruição dos recursos naturais, mostrando
o que deu de errado e o que foi feito para corrigir esses problemas, de uma
forma brilhante.</p>
<p>Na segunda parte é discutido o problema do envelhecimento da população,
mostrando que estamos nos aproximando do ponto em que a população brasileira
vai começar a se reduzir e a pirâmide de contribuição da previdência está se
invertendo. Segurança entra nessa estatística, já que além de menos filhos, a
faixa hetaria que entraria no mercado de trabalho acaba morrendo antes de
conseguir chegar a isso (e começar a contribuir).</p>
<p>Terceira parte fala da educação, justamente porque a população está se
reduzindo, pedindo para que os trabalhadores do futuro sejam melhores educados
e preparados para mudar de situação.</p>
<p>E aí ela fala de economia e a coisa despenca.</p>
<p>Ela comenta os problemas de corrupção no país -- atualizado para até o que se
sabia no final de 2015, de uma forma realmente ampla e bem melhor explicado do
que qualquer publicação jornalistica por aí -- mas na parte de soluções só são
citados os bons e velhos discursos de sempre: desinchar o governo, abrir
barreira, reforma tributária, etc, etc, etc.</p>
<p>Acontece que se fosse fácil, já teria sido feito. Enquanto jornalista de
economia -- o que garante um conhecimento maior do que a maioria das pessoas
-- sair gritando as velhas discussões de sempre sem apresentar uma solução é
triste. E soa pior justamente porque ela É jornalista de economia.</p>
<p>(Não discordo que tem que ser feito, mas ficar simplesmente na discussão sem
apresentar soluções, mesmo a longo prazo...)</p>
<p>Desse ponto em frente, o castelo de cartas começa a desmoronar. É preciso
ensinar as pessoas a poupar, mas é preciso estimular a indústria (se as
pessoas estão poupando, a indústria vai vender pra quem?); o mundo está
passando para a transformação digital e educação deveria usar esse recurso
melhor, apresentando o mundo para as crianças, mas é preciso fazer a indústria
ser o maior contribuidor do PIB (minha senhor, se o mundo está virando
digital, não deveríamos focar nisso, que é serviço?); as escolas tem que
ensinar a pensar, mas é preciso ensinar, desde criança, a poupar (mas se era
ensinar a pensar, pra que ter algo específico?); é preciso fazer crescer o PIB
com ajuda à indústria, mas o PIB não é uma métrica boa (sem comentários);
poluição causa vários problemas de saúde e geração de energia limpa é o
futuro, mas é preciso fazer com que a petrobrás tenha uma produção maior
(temos que reduzir poluição, mas é preciso investir numa empresa que produz
poluição?); quem precisa resolver os problemas do trânsito são as cidades, mas
o culpado é o Federal por ter reduzido IPI... E por aí vai.</p>
<p>Não que o livro não seja interessante pela quantidade de informações
existentes. O problema é que, numa tentativa de mostrar caminhos para o Brasil
do futuro, Miriam acaba sugerindo fazer coisas dispersas. É como perguntar
para alguém como chegar num restaurante e essa pessoa dizer que deve-se pegar
a direita e a esquerda ao mesmo tempo. Simplesmente, não é possível.</p>
<p>Fora as questões lógicas do conteúdo, existe um problema de edição: vários
pontos aparecem com conteúdo repetido, como se a autora tivesse escrito
pedaços em momentos diferentes e sequer releu o capítulo novamente para
verificar se não há duplicação.</p>
<p>No fim, é um livro interessante pelas informações, mas como sugestões de
futuro, parece mais uma tentativa de atirar várias pedras pra ver qual, daqui
a alguns anos, atingiu o alvo -- e, as que não atingiram, serão solenemente
ignoradas.</p>
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