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+++ title = "Microserviços: Onde Fica a Fonte da Verdade?" date = 2020-02-17

[taxonomies] tags = ["microserviços", "fonte da verdade", "estado"] +++

Quando estamos falando de um sistema, existe um ponto que precisamos discutir que é onde a "fonte da verdade" está. Em monolitos, a fonte da verdade está no armazenamento dos dados em si. Mas onde é que essa fonte fica em um sistema que é composto de múltiplas partes?

Só para ficar claro aqui: O que eu quero dizer com "fonte da verdade" é qualquer coisa que você possa usar para verificar se o sistema está produzindo os valores corretos. Por exemplo, em um pipeline que conta quanto foi transferido de cada usuário em uma CDN, a fonte da verdade podem ser os logs (você pode ler os logs e verificar se o sistema responsável por somar os valores está correto); num site de e-commerce, podemos assumir que a fonta da verdade é a lista de itens comprados em cada pedido para receita total (se você somar todas as quantidades e seus preços de venda, você vai ter a receita total de volta).

Um fator importante da fonte da verdade e que você pode usar tanto para verificar se os serviços estão corretos quanto reaplicar o conteúdo de volta no sistema para que artefatos sejam reconstruídos.

Mas existe um problema: Se o sistema é distribuído e cada microserviço cria um artefato diferente, onde é que fica a fonte da verdade?

Anteriormente, eu mencionei que microserviços podem manter um estado para produzir o artefato. Essa pode ser a fonte da verdade para o microserviço, desde que o mesmo não apague dados antigos -- nesse caso, como é que artefatos antigos seriam reconstruídos se você não pode retornar o estado a um estado anterior?

Outra solução é alterar o microserviço de importação de dados (aquele que captura dados de uma fonte externa) para construir a fonte da verdade; havendo a necessidade de reconstruir artefatos, você pode simplesmente adicionar uma API nesse microserviço para que ele republique os dados relacionados com um determinado objeto, que irão percorrer o pipeline e cada microserviço irá reconstruir seus artefatos.

E, finalmente, se você construir um pipeline de event source corretamente, você pode criar um serviço que irá escutar todos os eventos e manter um event source global, que você pode, novamente, expor uma API para reenviar os eventos relacionados com um objeto.

{% note() %} ... embora eu tenha a sensação que certos eventos precisariam ser alterados; por exemplo, se você mandar o event source reenviar os eventos relacionados com um epdido -- para que seja recriado o artefato desse pedido -- você pode ter que reaplicar um evento de "criar usuário", que não vai fazer sentido porque o objeto já existe e não deve ser criado mais um usuário com as mesmas informações.

Ou isso ou você vai ter que fazer com que o serviço de pedidos peça os dados do cliente se ele já não tiver os mesmos. {% end %}

De qualquer forma, uma recomendação que eu tenho é sempre construir alguma coisa que possa guardar os seus dados, de forma que você possa reconstruir seus artefatos novamente e os serviços apagam dados antigos (que é perfeitamente normal, diga-se de passagem).